Encaminham para as suas celas, entram na cela de Gabriel, era uma repartição de pequenas dimensões com as paredes sujas um beliche de ferro encostado a uma das paredes, um balde, o das necessidades por debaixo do camarote, o olhar azul analisa as condições, enquanto que dois olhos castanhos se cravam nele, um armário acinzentado ao pé da porta e apenas uma janela com grades por onde entrava o ar fresco que respiravam no interior da cela.
O novato olhou para o Sol com um estranho sorriso na cara.
- O que estás aqui a fazer? – Indaga Gabriel com curiosidade
- O mesmo que tu, Gaby! Só quero uma coisa, age como se não me conhecesses, por favor!
- Ok! Tu lá sabes, oh herói – afirma o outro, com um sorriso maldoso, mas ao mesmo tempo de compaixão.
*
Em Royall Citty, as crianças saiem de casa, bem agasalhadas e encontram-se junto à igreja matriz da cidade, fazem bolas com a neve e mandam uns contra os outros, em acto de brincadeira a seguir constroem uma bola gigante e depois outra mais pequena, põe as uma sobre a outra colocam dois ramos de arvore secos um de cada lado da bola gigante fazem uns olhos com dois botões, um nariz com uma cenoura, e uma boca espalham mais botões sobre a bola que está apoiada no solo, e vestem aquele boneco de neve com um casaco velho e um chapéu.
Sara que tem dezanove anos, e o seu melhor amigo, Ailton, que tem vinte anos andam de esqui, pela neve, os dois conversam calmamente sobre os seus respectivos namorados:
- Como está a Jésica? – Pergunta a loira.
- Estamos mal…
- A sério? Olhem, vocês formam um par bonito.
- Eu sei, mas acho, que ela não é a tal. E então o Francisco anda mais calmo, não o tenho visto? – Os olhos da loira esbugalharam-se e as atitudes mudaram de repente.
Ela tenta segurar as lágrimas a custo e olha para o chão.
- Ele… Ele… – engole em seco – Ele, está bom. Graças a Deus.
- Ele ainda se embebeda?
- Não! Quer dizer às vezes.
- e aposto que ainda tem ciúmes?
- Sim tem imensos, mas agora vamos mudar de assunto? - Ailton abraça Sara, pois sabe de tudo o que a Rapariga tem passado – Tens sido um bom amigo, quase um pai para mim… Obrigada, por tudo.
*
As chaves fazem um barulho estridente nas grades, Gabriel abre a janelinha no cimo da sua porta de ferro:
- Ei! O outro.
Gabriel virasse:
- Oh Novato! É para ti. – Ele levantasse da cama onde permanecia sentado.
- Temos que ir ao juiz.
A pessoa abre a porta. O Novato sai e o guarda prende-o, desta vez, com as mãos atrás das costas, ambos caminham para a secretaria e saiem da prisão, os olhos azuis do Novato observam o chão de areia, entram numa carrinha azul que arranca logo, que anda pela estrada.